sexta-feira, 16 de março de 2007

IV Domingo da Quaresma

Este Domingo é marcado por um clima de alegria festiva inerente à reconciliação a que a Igreja nos convida. De facto, a verdadeira alegria brota de um coração reconciliado com Deus e com os irmãos. A liturgia de hoje convida-nos então à descoberta do Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele. Somos convidados a nos alegrar na bondade do Senhor, que, misericordioso e compassivo, vem ao nosso encontro, acolhendo-nos e perdoando-nos. Deixemo-nos pois tocar pelo amor misericordioso do Senhor que sempre nos espera com ternura, qualquer que tenha sido o trajecto da nossa vida. Com esse espírito de contentamento, iniciemos nossa celebração cantando.

1ª Leitura: Jos 5, 9a.10-12:
A primeira leitura, a propósito da circuncisão dos israelitas, convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.

2ª Leitura: 2 Cor 5, 17-21:
A segunda leitura convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo. São Paulo convida então os cristãos do seu tempo a entrarem nesse movimento de reconciliação para poderem beneficiar largamente dos frutos da redenção.

Evangelho: Lc 15, 1-3.11-32:
O Evangelho apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.

Para viver durante a semana:
A segunda parte da parábola deste domingo é uma crítica à conduta do filho mais velho… uma crítica da nossa própria conduta, nós que estamos ao serviço de Deus nem nunca ter desobedecido gravemente às suas leis. Somos observantes, fazemos o que devemos fazer, mas depressa podemos mostrar-nos duros e com desprezo: quando fechamos a porta ao nosso filho que…, quando cortamos as pontes com um parente…, quando olhamos de lado a divorciada… E, entretanto, Deus não nos julga! Ele é paciente, suplica-nos para compreender: “Tu, meu filho, estás sempre comigo…”
Vamos fazer o projecto de examinar com regularidade a nossa consciência, pedindo ao Senhor a força necessária para abandonarmos tudo o que não esteja em harmonia com a sua vontade e a coragem para perdoar e acolher todos os que nos magoaram, de modo que no nosso coração não subsistam quaisquer resquícios de ressentimento. Não esqueçamos que o homem mede-se pela capacidade de perdoar, e que só os medíocres não perdoam.

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