quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

A liturgia deste Domingo reflecte sobre o sentido da história da salvação e diz-nos que a O Ano litúrgico que se inicia com o 1.º Domingo do Advento, fecha com o XXXIV Domingo, o último do tempo Comum, em que se celebra, com solenidade, a Festa de Cristo Rei, a qual foi estabelecida em 1925, pelo Papa Pio XI.
Jesus Cristo é designado rei, não só por se elevar acima de todos os seres criados, mas também pelo facto de Deus Pai lhe ter confiado, com todas as honras, o Reino do Povo de Deus, onde impera o amor que nos há-de libertar e salvar.
Esta festa reveste-se de um significado especial por fazer realçar a soberania de Cristo que é o centro de toda a história da humanidade.
A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos então a todos nós a tomarmos consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.

1ª Leitura: 2 Sam 5, 1-3:
A primeira leitura apresenta-nos o momento em que David se tornou rei de todo o Israel. Com ele, iniciou-se um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória de todo o Povo de Deus. Nos séculos seguintes, o Povo sonhava com o regresso a essa era de felicidade e com a restauração do reino de David; e os profetas prometeram a chegada de um descendente de David que iria realizar esse sonho.

2ª Leitura: Col 1, 12-20:
A segunda leitura apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação; além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para o homem.

Evangelho: Lc 23, 35-43:
O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o “Reino”; no entanto, o “Reino” que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.

Para viver durante a semana:
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “Vamos com alegria para a casa do Senhor”…; “Deus Pai libertou-nos do poder das trevas… transferiu-nos para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados”…; “Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza”… Procurar transformar as palavras de Deus em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

XXXIII Domingo do Tempo Comum:

A liturgia deste Domingo reflecte sobre o sentido da história da salvação e diz-nos que a meta final para onde Deus nos conduz é o novo céu e a nova terra da felicidade plena, da vida definitiva. Este quadro (que deve ser o horizonte que os nossos olhos contemplam em cada dia da nossa caminhada neste mundo) faz nascer em nós a esperança; e da esperança brota a coragem para enfrentar a adversidade e para lutar pelo advento do Reino.
A certeza da vitória final de Cristo, longe de nos fazer desanimar e baixar os braços, anima-nos a trabalhar sem descansar na construção do Reino de Deus. a vida de cada cristão, no hoje da história, é chamada a ser anúncio do dia do Senhor, para que todos possam conhecer a Cristo, verdadeiro Sol da Justiça, que traz nos seus raios a salvação.
Na vida quotidiana dos nossos seminários, no silêncio da oração e do estudo, se prepara este novo amanhecer. Num mundo dilacerado por tantas contradições, a vida dos que aceitam o chamamento do Senhor para uma entrega radical de serviço à Igreja, é proclamação luminosa e profética dum mundo novo e duma vida nova.
Celebrar o Dia dos Seminários significa então comprometermo-nos responsavelmente neste projecto, que é iniciativa divina, com a nossa oração perseverante e a nossa partilha generosa. Nesta celebração rezemos pelos seminários e confiemos, com esperança, nas mãos de Deus, o futuro da Igreja e do mundo.

1ª Leitura: Mal 4, 1-2:
Na primeira leitura, um “mensageiro de Deus” anuncia a uma comunidade desanimada, céptica e apática que Jahwéh não abandonou o seu Povo. O Deus libertador vai intervir no mundo, vai derrotar o que oprime e rouba a vida e vai fazer com que nasça esse “sol da justiça” que traz a salvação.

2ª Leitura: 2 Tes 7-12:
A segunda leitura reforça a ideia de que, enquanto esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça e no comodismo, alheando-nos das grandes questões do mundo e evitando dar o nosso contributo na construção do Reino.

Evangelho: Lc 21, 5-19:
O Evangelho oferece-nos uma reflexão sobre o percurso que a Igreja é chamada a percorrer, até à segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada na história, é comprometer-se na transformação do mundo, de forma a que a velha realidade desapareça e nasça o Reino. Esse “caminho” será percorrido no meio de dificuldades e perseguições; mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.

Para viver durante a semana:
Termina mais um ano do ciclo litúrgico, com a Solenidade de Cristo Rei no próximo domingo.Durante a semana podemos meditar sobre o crescimento da nossa fé a partir do encontro dominical e quotidiano com a Palavra de Deus na Eucaristia. Transformou-nos? Fez-nos crescer? Ou ficamos na mesma, passivos e estagnados?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

XXXII Domingo do Tempo Comum:

Quando nos reunimos para celebrar a fé, invocamos a Jesus Ressuscitado e o Deus da vida, que nos criou e é o nosso ponto de partida e de chegada.
Hoje vamos celebrar, de uma maneira especial que Deus é Pai de todos, que nos chama a viver em plenitude na terra e, depois, no céu. Há poucos dias ainda, visitámos o cemitério e recordámos os nossos antepassados falecidos. Hoje a Palavra de Deus insiste na perspectiva da ressurreição.
Iniciamos também hoje a Semana de Oração pelos Seminários. Na vida da Igreja, os seminários são sinais concretos do amor de Deus pelo seu povo. Eles são o lugar onde o coração aberto de Cristo Bom Pastor continua a derramar-se como fonte inesgotável de eterna consolação e feliz esperança. Neles o Espírito do Senhor Ressuscitado vai transformando e fazendo amadurecer aqueles que chama para, em seu nome, anunciarem a palavra, confortarem os corações, serem testemunhas apaixonadas e destemidas da sua ressurreição, darem a vida por Ele e pelo Evangelho.
Ao iniciarmos esta semana de oração, somos convidados a olhar os seminários como sementeiras de Deus, onde germina e cresce o futuro da Igreja. Confiemos ao Senhor os nossos seminários e Ele certamente, na sua fidelidade, não nos faltará com a sua ajuda.
A liturgia deste domingo introduz-nos já no ambiente característico das últimas semanas do ano litúrgico, ao falar-nos da vida que permanece para além da morte, ao tratar da ressurreição dos mortos. O nosso Deus é um Deus de vivos e não um Deus de mortos.

1ª Leitura: 2 Mac 7, 1-2.9-14:
Na primeira leitura, temos o testemunho de sete irmãos que deram a vida pela sua fé, durante a perseguição movida contra os judeus por Antíoco IV Epifanes. Aquilo que motivou os sete irmãos mártires, que lhes deu força para enfrentar a tortura e a morte foi, precisamente, a certeza de que Deus reserva a vida eterna àqueles que, neste mundo, percorrem, com fidelidade, os seus caminhos.

2ª Leitura: 2 Tes 2, 16-3, 5:
Na segunda leitura temos um convite a manter o diálogo e a comunhão com Deus, enquanto esperamos que chegue a segunda vinda de Cristo e a vida nova que Deus nos reserva. Só com a oração será possível mantermo-nos fiéis ao Evangelho e ter a coragem de anunciar a todos os homens a Boa Nova da salvação.

Evangelho: Lc 20, 27-38:
No Evangelho, Jesus garante que a ressurreição é a realidade que nos espera. No entanto, não vale a pena estar a julgar e a imaginar essa realidade à luz das categorias que marcam a nossa existência finita e limitada neste mundo; a nossa existência de ressuscitados será uma existência plena, total, nova. A forma como isso acontecerá é um mistério; mas a ressurreição é uma certeza absoluta no horizonte do crente.

Para viver durante a semana:
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “Temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará”…; “Escutai, Senhor, a minha oração, feita com sinceridade”…; “O Senhor dirija os vossos corações, para que amem a Deus e aguardem a Cristo com perseverança”…; “Deus não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos”… Procurar transformar as palavras de Deus em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…
Feitos para a vida… Anunciar que o nosso Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos (Evangelho) não está reservado para os momentos dos funerais! Esta bela afirmação da nossa fé merece estar mais presente no nosso testemunho… Perguntemo-nos se já tivemos ocasião de o dizer… E se não, porquê?

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

XXXI Domingo do Tempo Comum

No caminho das nossas vidas, muitas coisas nos deixam perplexos. Quantas pessoas desprezadas! Para a cegueira humana existem pessoas irremediavelmente perdidas. Mas quem é que está irremediavelmente perdido? Deus criou todas as coisas e ama todas as suas criaturas, o seu amor transforma as pessoas, e a sua vontade é reunir tudo e todos em Cristo.
A liturgia deste domingo convida-nos então a cada um de nós a contemplarmos o quadro do amor de Deus. Apresenta-nos um Deus que ama todos os seus filhos sem excluir ninguém, nem sequer os pecadores, os maus, os marginais, os “impuros”; e mostra como só o amor é transformador e revivificador.

1ª Leitura: Sab 11, 22-12, 2:
Na primeira leitura um “sábio” de Israel explica a “moderação” com que Deus tratou os opressores egípcios. Essa moderação explica-se por uma lógica de amor: esse Deus omnipotente, que criou tudo, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos – mesmo os opressores, mesmo os egípcios – porque todos são seus filhos.

2ª Leitura: 2 Tes 1, 11-2, 2:
A segunda leitura faz referência ao amor de Deus, pondo em relevo o seu papel na salvação do homem (é d’Ele que parte o chamamento inicial à salvação; Ele acompanha com amor a caminhada diária do homem; Ele dá-lhe, no final da caminhada, a vida plena)… Além disso, avisa os crentes para que não se deixem manipular por fantasias de fanáticos que aparecem, por vezes, a perturbar o caminho normal do cristão.

Evangelho: Lc 19, 1-10:
O Evangelho apresenta a história de um homem pecador, marginalizado e desprezado pelos seus concidadãos, que se encontrou com Jesus e descobriu n’Ele o rosto do Deus que ama… Convidado a sentar-se à mesa do “Reino”, esse homem egoísta e mau deixou-se transformar pelo amor de Deus e tornou-se um homem generoso, capaz de partilhar os seus bens e de se comover com a sorte dos pobres.

Para viver durante a semana:
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “Cantai ao Senhor um cântico novo”…; “A Palavra de Deus não está encadeada”…; “Se morremos com Cristo, também com Ele viveremos”…; “Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou”… Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…