sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

III Domingo da Quaresma

Estamos aqui reunidos para celebrar o terceiro domingo da Quaresma, tempo de preparação para a celebração do Mistério Pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita.

1ª Leitura: Ex 17, 3-7:
A primeira leitura mostra como Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada em cada passo da história da salvação.

2ª Leitura: Rom 5, 1-2.5-8:
A segunda leitura repete, noutros termos, o ensinamento da primeira: Deus acompanha o seu Povo em marcha pela história; e, apesar do pecado e da infidelidade, insiste em oferecer ao seu Povo – de forma gratuita e incondicional – a salvação.

Evangelho: Jo 4, 5-42:

O Evangelho também não se afasta desta temática… Garante-nos que, através de Jesus, Deus oferece ao homem a felicidade (não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida eterna). Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o salvador do mundo” torna-se um Homem Novo, que vive do Espírito e que caminha ao encontro da vida plena e definitiva.

Para viver durante a semana:
Que fonte?Sede do Povo de Israel no deserto!Sede da samaritana!E nós? Temos sede? De quem? De quê?A que poço vamos nós beber para matar todas as sedes que nos habitam?E se nos enganamos na fonte?«Senhor, dá me dessa água, para que eu não sinta mais sede»!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

II Domingo da Quaresma

Estamos aqui novamente reunidos para celebrarmos o Senhor, hoje que celebramos o segundo domingo da Quaresma, tempo de preparação para a celebração do mistério Pascal. Hoje, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projectos, da obediência total e radical aos planos do Pai.

1ª Leitura: Gen 12, 1-4:
Na primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que sabe ler os seus sinais, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total e com a entrega confiada. Nesta perspectiva, ele é o modelo do crente que percebe o projecto de Deus e o segue de todo o coração.

2ª Leitura: 2 Tim 1, 8b-10:
Na segunda leitura, há um apelo aos seguidores de Jesus, no sentido de que sejam, de forma verdadeira, empenhada e coerente, as testemunhas do projecto de Deus no mundo. Nada – muito menos o medo, o comodismo e a instalação – pode distrair o discípulo dessa responsabilidade.

Evangelho: Mt 17, 1-9:
O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projecto libertador em favor dos homens através do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também.

Para viver durante a semana:

A aventura da fé“Deixa a tua terra…”“Sofre comigo pelo Evangelho…”“Levou-os, em particular, a um alto monte…”A aventura da fé não nos deixa qualquer repousoaté ao dia em que toda a Criação se prostrará diante do Filho Bem-Amado.Cremos verdadeiramente que a nossa pequena parte é indispensável?E fazemos por isso?

I Domingo da Quaresma

Estamos aqui novamente reunidos para celebrarmos a nossa fé e para nos aproximarmos o mais possível do modelo de Jesus Cristo. O que principalmente dá sentido à Quaresma é a conversão do coração, e esta é e deve ser sempre a nossa tarefa do dia a dia. Assim, no início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projectos.

1ª Leitura: Gen 2, 7-9; 3, 1-7:
A primeira leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade; mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte.

2ª Leitura: Rom 5, 12-19:
A segunda leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena; Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus e que vive na obediência aos projectos do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e definitiva.

Evangelho: Mt 4, 1-11:
O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem de Deus e dos seus projectos. A Palavra de Deus garante que, na perspectiva cristã, uma vida que ignora os projectos do Pai e aposta em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido; e que toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente, rejeitar.

Para viver durante a semana:
Tu poderias…“Se és Filho de Deus…”Não nos acontece, às vezes, estar também do lado do tentador?“Se és Filho de Deus…”Tu poderias suprimir as fomes, as guerras, a miséria…Tu poderias tornar a tua Igreja próspera e célebre aos olhos das nações…Tu poderias…“Vai-te embora, Satanás!”

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

IV Domingo do Tempo Comum

As leituras deste domingo propõem-nos uma reflexão sobre o “Reino” e a sua lógica. Mostram que o projecto de Deus – o projecto do “Reino” – roda em sentido contrário à lógica do mundo… Nos esquemas de Deus – ao contrário dos esquemas do mundo – são os pobres, os humildes, os que aceitaram despir-se do egoísmo, do orgulho, dos próprios interesses que são verdadeiramente felizes. O “Reino” é para eles.

1ª Leitura: Sof 2, 3; 3, 12-13:
Na primeira leitura, o profeta Sofonias denuncia o orgulho e a auto-suficiência dos ricos e dos poderosos e convida o Povo de Deus a converter-se à pobreza. Os “pobres” são aqueles que se entregam nas mãos de Deus com humildade e confiança, que acolhem com amor as suas propostas e que são justos e solidários com os irmãos.

2ª Leitura: 1 Cor 1, 26-31:
Na segunda leitura, Paulo denuncia a atitude daqueles que colocam a sua esperança e a sua segurança em pessoas ou em esquemas humanos e que assumem atitudes de orgulho e de auto-suficiência; e convida os crentes a encontrar em Cristo crucificado a verdadeira sabedoria que conduz à salvação e à vida plena.

Evangelho: Mt 5, 1-12:
O Evangelho apresenta a magna carta do “Reino”. Proclama “bem-aventurados” os pobres, os mansos, os que choram, os que procuram cumprir fielmente a vontade de Deus, porque já vivem na lógica do “Reino”; e recomenda aos crentes a misericórdia, a sinceridade de coração, a luta pela paz, a perseverança diante das perseguições: essas são as atitudes que correspondem ao compromisso pelo “Reino”.

Para viver durante a semana:

Um pequeno resto… «Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde, que buscará refúgio no nome do Senhor…»
Um pequeno “resto” de gente que procura Deus na verdade, numa Igreja minoritária no seio de uma sociedade que só crê na riqueza, no poder, nas performances.
Gente que procura a justiça, a humildade, a doçura, a paz, o perdão…Este programa entra na minha vida?

III Domingo do Tempo Comum

A liturgia deste domingo apresenta-nos o projecto de salvação e de vida plena que Deus tem para oferecer ao mundo e aos homens: o projecto do “Reino”. Jesus cruza-se com toda a espécie de pessoas: os que têm fé e os que duvidam, os que vêm ouvi-lo e se convertem e os que O condenam, os que O seguem e os que O abandonam. Mas nunca desiste de ninguém, ao contrário do que muitas das vezes acontece com cada um de nós.

1ª Leitura: Is 8, 23b-9,3:
Na primeira leitura, o profeta/poeta Isaías anuncia uma luz que Deus irá fazer brilhar por cima das montanhas da Galileia e que porá fim às trevas que submergem todos aqueles que estão prisioneiros da morte, da injustiça, do sofrimento, do desespero.

2ª Leitura: 1 Cor 1, 10-13.17:
A segunda leitura apresenta as vicissitudes de uma comunidade de discípulos, que esqueceram Jesus e a sua proposta. Paulo, o apóstolo, exorta-os veementemente a redescobrirem os fundamentos da sua fé e dos compromissos assumidos no baptismo.

Evangelho: Mt 4,12-23:
O Evangelho descreve a realização da promessa profética: Jesus é a luz que começa a brilhar na Galileia e propõe aos homens de toda a terra a Boa Nova da chegada do “Reino”. Ao apelo de Jesus, respondem os discípulos: eles serão os primeiros destinatários da proposta e as testemunhas encarregadas de levar o “Reino” a toda a terra.

Para viver durante a semana:
Irradiar a luz… Os textos bíblicos de hoje são atravessados de Luz para o nosso caminho de trevas. Quantos homens e mulheres andam à procura de sentido e procuram o seu caminho na noite… As nossas vidas de baptizados estão em coerência com Aquele de quem nos reclamamos como cristãos? A Luz do Ressuscitado é-nos confiada para nos juntarmos aos nossos irmãos… Somos focos que irradiam luz ou candeeiros opacos?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

II Domingo do Tempo Comum

Iniciamos hoje o denominado Tempo Comum. A liturgia deste domingo coloca a questão da vocação; e convida-nos a situá-la no contexto do projecto de Deus para os homens e para o mundo. Deus tem um projecto de vida plena para oferecer aos homens; e elege pessoas para serem testemunhas desse projecto na história e no tempo.

1ª Leitura: Is 49, 3.5-6
A primeira leitura apresenta-nos uma personagem misteriosa – Servo de Jahwéh – a quem Deus elegeu desde o seio materno, para que fosse um sinal no mundo e levasse aos povos de toda a terra a Boa Nova do projecto libertador de Deus.

2ª Leitura: 1 Cor 1, 1-3:
A segunda leitura apresenta-nos um “chamado” (Paulo) a recordar aos cristãos da cidade grega de Corinto que todos eles são “chamados à santidade” – isto é, são chamados por Deus a viver realmente comprometidos com os valores do Reino.

Evangelho: Jo 1, 29-34:

O Evangelho apresenta-nos Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro, investido de uma missão pelo Pai; e essa missão consiste em libertar os homens do “pecado” que oprime e não deixa ter acesso à vida plena.

Para viver durante a semana:
Testemunho… A palavra “Servidor” regressa hoje em força, em Isaías, enquanto João nos convida a contemplar o Cordeiro de Deus investido da Força do Espírito, ao qual dá testemunho. E nós? O nosso testemunho ficará limitado a estas palavras do Credo proclamado ao domingo? Ou leva-nos a empenharmo-nos em acções concretas no seguimento do Servidor?

Baptismo do Senhor

A liturgia deste domingo tem como cenário de fundo o projecto salvador de Deus. No baptismo de Jesus nas margens do Jordão, revela-se o Filho amado de Deus, que veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar os homens. Cumprindo o projecto do Pai, Ele fez-Se um de nós, partilhou a nossa fragilidade e humanidade, libertou-nos do egoísmo e do pecado e empenhou-Se em promover-nos, para que pudéssemos chegar à vida em plenitude.

1ª Leitura: Is 42, 1-4.6-7:
A primeira leitura anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim… Investido do Espírito de Deus, Ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus.

2ª Leitura: Actos 10, 34-38:
A segunda leitura reafirma que Jesus é o Filho amado que o Pai enviou ao mundo para concretizar um projecto de salvação; por isso, Ele “passou pelo mundo fazendo o bem” e libertando todos os que eram oprimidos. É este o testemunho que os discípulos devem dar, para que a salvação que Deus oferece chegue a todos os povos da terra.

Evangelho: Mt 3, 13-17:
No Evangelho, aparece-nos a concretização da promessa profética: Jesus é o Filho/“Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito e cuja missão é realizar a libertação dos homens. Obedecendo ao Pai, Ele tornou-Se pessoa, identificou-Se com as fragilidades dos homens, caminhou ao lado deles, a fim de os promover e de os levar à reconciliação com Deus, à vida em plenitude.

Para viver durante a semana:
Servidor! Primeira palavra da liturgia deste dia – última palavra da liturgia de Sexta-feira santa. Uma palavra que recapitula toda a vida e a Missão de Cristo, o Filho Bem-Amado, invadido pelo amor do Pai. Servidor! A única palavra que nos é oferecida para definir a nossa participação na sua Missão, enquanto discípulos. Servidor! Que serviço preciso poderemos assegurar na comunidade e noutros espaços da nossa vida?