sábado, 29 de dezembro de 2007

Santa Maria Mãe de Deus

A liturgia dedica o primeiro dia do ano civil a Maria, celebrando a sua prerrogativa única e o seu título essencial de Mãe de Deus. A Igreja quer assim com esta solenidade, não apenas colocar o novo ano, com as suas interrogações, cuidados e problemas, sob a protecção maternal de Maria, mas também lembrar-nos a importância da missão que ela desempenha na história da Salvação, como Mãe do Salvador.
Neste dia, a liturgia coloca-nos diante de evocações diversas, ainda que todas importantes.
Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: somos convidados a contemplar a figura de Maria, aquela mulher que, com o seu “sim” ao projecto de Deus, nos ofereceu Jesus, o nosso libertador.
Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI propôs aos homens de boa vontade que, neste dia, se rezasse pela paz no mundo.
Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nos ama, que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude.
As leituras que hoje nos são propostas exploram, portanto, estas diversas coordenadas. Elas evocam esta multiplicidade de temas e de celebrações.

1ª Leitura: Num 6, 22-27:
Na primeira leitura, sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus na nossa caminhada e recorda-se que a sua bênção nos proporciona a vida em plenitude.

2ª Leitura: Gal 4, 4-7:
Na segunda leitura, a liturgia evoca, outra vez, o amor de Deus, que enviou o seu Filho ao encontro dos homens para os libertar da escravidão da Lei e para os tornar seus “filhos”. É nessa situação privilegiada de “filhos” livres e amados que podemos dirigir-nos a Deus e chamar-lhe “abbá” (“papá”).

Evangelho: Lc 2, 16-21:
O Evangelho mostra como a chegada do projecto libertador de Deus (que se tornou realidade plena no nosso mundo através de Jesus) provoca alegria e felicidade naqueles que não têm outra possibilidade de acesso à salvação: os pobres e os marginalizados. Convida-nos, também, a louvar a Deus pelo seu amor e a testemunhar o desígnio libertador de Deus no meio dos homens.
Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, é o modelo do crente que é sensível aos projectos de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de salvação para o mundo.

Para viver durante a semana:
Ao terminarmos esta celebração, peçamos ao senhor que mantenha vivo em nós o desejo de construir a paz: convivendo com todos e respeitando cada um como irmão, filho de Deus; aceitando as diferenças que aparentemente nos separam; perdoando uma palavra ou uma atitude que nos magoou; ajudando os que erram a reconhecerem o seu erro, em vez de os censurar. Ao longo desta ano, em cada dia, Senhor, fazei-nos instrumentos da vossa paz.

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