quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Jesus, companheiro do caminho

Jesus Cristo dá-se-nos na Eucaristia como Companheiro de caminho. Recordemos aquela passagem dos discípulos de Emaús que iam de Jerusalém para a sua terra, talvez com a convicção de que não tinham já nada que fazer ali. Regressavam à vida de antes, regressavam à sua vida antiga. E, desde logo, um caminhante aproxima-se deles, um caminhante que não queria, que não permitia que o reconhecessem: era Jesus. Começa uma conversa mais ou menos longa, um pouco difícil ao princípio, porque eles próprios dizem: “és tu o único forasteiro que não sabe o que se passou em Jerusalém”. E Ele pergunta: “O que é que se passou?” Depois, explica-lhes com a Bíblia na mão todas as passagens que se referiam a Ele, dando obviamente a esta explicação um calor, uma vitalidade que teve o seu efeito.
Quando chegaram a Emaús, Jesus fez questão de seguir em frente, como que querendo dizer: Se precisam de mim, digam-mo! Então eles disseram: Fica connosco! Convidam-no a cear com ele, e o mais interessante de tudo isto, é que quando estavam a cear, Ele permite que o reconheçam: como que se lhes abrem os olhos, e nesse momento ele desaparece.
A frase na qual me quero deter agora é estas, a que eles disseram: Não nos ardia cá dentro o nosso coração quando ele nos falava no caminho e nos explicava as Escrituras? Isso é o que se passa com os cristãos, com as pessoas que têm fé na Eucaristia, nos que sabem reconhecer que no caminho da sua vida vão sós; Jesus vai com eles: “Eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo”.
A vida pode ser dura, pode ter muitas lágrimas, muitas amarguras, muito sofrimento, mas é muito distinto sofrer só, do que sofrer com Jesus; é muito diferente caminhar sós pela vida do que caminhar mão na mão com Jesus de Nazaré; a sua presença transforma o próprio sofrimento numa outra coisa distinta. Mas muitas fezes nós empenhamo-nos em caminhar sós pela vida; vivemos uma vida amarga, dura, demasiado difícil, e Jesus poderia dizer-nos: Será que eu não estou aqui? Porque é que não me chamas? Porque é que não acreditas em mim? “Vinde a mim todos vós que andais cansados e oprimidos… e Eu vos aliviarei”.
É necessário chegar a Cristo, a esse companheiro de caminho e dizer-lhe desde o mais íntimo do nosso coração: Tenho uma fome e uma sede incontíveis. Venho cansado de procurar por mil caminhos… Não encontrei, não encontrei paz, nem amor verdadeiro; não encontrei sentido para a vida… longe de ti. E tu disseste que és o caminho, a verdade e a vida. Por isso venho pedir-te esse maravilhoso Pão da Tua Eucaristia, quero comer desse pão para encontrara a paz, a vida verdadeira, o amor e a felicidade autênticos: “Senhor, dá-nos sempre desse pão e acompanha-nos sempre no nosso caminhar”.

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