segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Referendo: PORQUE “NÃO”...


A realização deste referendo resulta essencialmente da “agenda política” criada por alguns activistas desta questão. Os resultados do referendo de 1998 demonstraram-no bem: uma elevadíssima taxa de abstenção e a vitória do “Não” deixaram claro que as prioridades e as preocupações dos cidadãos são seguramente outras.

O aborto e os direitos das mulheres:
Um aborto é sempre um drama. Independentemente da razão que esteja associada à sua prática, constitui sempre uma violência física e emocional para a mulher que o pratica.Todos reconhecem isto.
O recurso ao aborto é, na maior parte das vezes, consequência de um conjunto de pressões exercidas sobre a mulher grávida. Existem pressões de diferente natureza: social, económica, profissional… Na realidade, muitas vezes a mulher que se sujeita ao aborto não é mais do que uma verdadeira vítima.
A liberalização do aborto dará força a estas pressões, fragilizando a posição da mulher e reduzindo-lhe a capacidade de decisão.
O aborto livre pode trazer vantagens a muitos, inclusive para aqueles para quem o aborto constituirá um bom negócio, mas não constituirá, seguramente, um verdadeiro direito para as mulheres.

O aborto e a sociedade
A liberalização do aborto dá um sinal errado à sociedade e constitui um gravíssimo passo atrás na construção de uma sociedade que desejamos solidária e responsável. A liberalização retira à prática do aborto o sinal negativo que ele deve comportar, enquanto acto destruidor do desenvolvimento de uma vida humana. A experiência demonstra que o número de abortos aumentou muito nos países onde foi legalizado, passando a ser um problema que a mulher, individualmente considerada, deve resolver.
A liberalização do aborto promove o individualismo, a construção de sociedades onde é “cada um por si”, ao invés de apelar à solidariedade e à entreajuda entre os seus membros.

O aborto e o papel do Estado
O Estado, através dos seus órgãos próprios, deve ser, em todos os momentos, um instrumento ao serviço do bem-estar e da felicidade dos cidadãos.
Os cidadãos têm por isso, o direito e o dever, de questionar o Estado e de lhe exigir respostas e soluções concretas para as suas dificuldades.
O que tem feito o Estado na aposta numa política séria de divulgação do planeamento familiar?O que tem feito o Estado para apoiar mães em dificuldades?
Havendo tanto por fazer, como podem agora propor aos cidadãos a liberalização do aborto? A liberalização do aborto retirará ao Estado o papel que lhe cabe no âmbito das soluções, colocando nas mãos dos cidadãos a assunção exclusiva das consequências da sua atitude.

O aborto no século XXI
Actualmente, a opção da mulher que verdadeiramente faz sentido é a opção entre engravidar e não engravidar.
O aborto, por mera “opção” já não faz sentido.
Defender o aborto é manter vivas realidades que deveriam pertencer ao passado.
Defender o aborto é uma atitude retrógrada e antiquada.
Hoje em dia, a gravidez é controlável, mercê da quantidade e diversidade de métodos existentes para a evitar. A gravidez não desejada só se compreende por descuido absoluto ou por falta de conhecimento.
Votar “sim” no referendo significa incentivar e promover estas duas realidades, sustentando com o dinheiro dos nossos impostos a primeira e virando as costas à segunda.
Os cidadãos verdadeiramente descomprometidos com certas “agendas políticas” e preocupados com a sociedade e com o bem-estar dos outros, dizem Não a esta postura.

O Aborto e o Cidadão
Importa, na decisão a tomar neste referendo, olhar á nossa volta.
Será que a liberalização do aborto, que tanto tem ocupado alguma classe política, é uma prioridade para os cidadãos portugueses?
Tendo o povo português tantas carências e tantos problemas por resolver, faz sentido dar razão à agenda política, artificialmente criada por alguns políticos da nossa praça?
Há justiça na prioridade atribuída ao “aborto a pedido”, que será praticado nos nossos hospitais e subvencionado em clínicas privadas, quando há tantos doentes em listas de espera para consultas, operações e outros tratamentos importantes?
O Bastonário da Ordem dos Médicos já veio a público levantar esta questão. Os cidadãos portugueses preocupados com os verdadeiros problemas das pessoas no seu dia-a-dia estão com ele!

Fonte: http://independentespelonao.org/


Nenhum comentário: