sexta-feira, 26 de outubro de 2007

XXX Domingo do Tempo Comum

A liturgia deste trigésimo Domingo do Tempo Comum, fala-nos da humildade, condição indispensável para obter as graças de Deus exorta-nos também a sermos fiéis à nossa vocação de verdadeiros cristãos.
Inseridos pelo baptismo no Corpo Místico de Cristo, cada um de nós é destinado ao apostolado, e apóstolo é todo aquele que à semelhança de Cristo passa a ser um enviado não só para guardar a vida nova que recebeu e cumprir as promessas feitas, mas também para ser testemunha de Cristo e irradiar a luz da fé entre os homens seus irmãos. Revestido destes sentimentos o cristão, e por isso cada um de nós, deve fazer um esforço para que a sua vida seja de facto uma vida de oração e de entrega aos irmãos.

1ª Leitura: Sir 35, 15b-17.20-22a:
A primeira leitura define Deus como um “juiz justo”, que não se deixa subornar pelas ofertas desses poderosos que praticam injustiças na comunidade; em contrapartida, esse Deus justo ama os humildes e escuta as suas súplicas.

2ª Leitura: 2 Tim 4, 6-8.16-18:
Na segunda leitura, temos um convite a viver o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo – a exemplo de Paulo. A leitura foge, um pouco, ao tema geral deste domingo; contudo, podemos dizer que Paulo foi um bom exemplo dessa atitude que o Evangelho propõe: ele confiou, não nos seus méritos, mas na misericórdia de Deus, que justifica e salva todos os homens que a acolhem.

Evangelho: Lc 18, 9-14:
O Evangelho define a atitude correcta que o crente deve assumir diante de Deus. Recusa a atitude dos orgulhosos e auto-suficientes, convencidos de que a salvação é o resultado natural dos seus méritos; e propõe a atitude humilde de um pecador, que se apresenta diante de Deus de mãos vazias, mas disposto a acolher o dom de Deus. É essa atitude de “pobre” que Lucas propõe aos crentes do seu tempo e de todos os tempos.

Para viver durante a semana:
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “O Senhor é um juiz que não faz acepção de pessoas…”; “Quem adora a Deus será bem acolhido…”; “A toda a hora bendirei o Senhor…”; “O Senhor está a meu lado e dá-me força…”; “Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador…” Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…

terça-feira, 23 de outubro de 2007

XXIX Domingo do Tempo Comum:

A celebração do Domingo é sempre a festa dos irmãos reunidos com Jesus, para dar graças e louvar o Pai. Estamos aqui para escutar a palavra que Ele tem para nos dizer hoje, para falar com Ele na oração, e, se possível, para o receber vivo, na Eucaristia. Mas a oração não pode ser para o cristão algo a que se entrega, a que se dedica um pouco do tempo livre, ao Domingo. Não há um tempo para rezar, é preciso rezar sempre. Não rezamos porque temos tempo, mas porque temos necessidade. Vamos hoje reflectir neste aspecto sempre actual e por vezes tão esquecido, da vida do cristão.
Na vida cristã, a Palavra de Deus e a oração são dois meios fundamentais para se chegar a alcançar a Cristo. Temos por isso de procurar que a oração e a meditação da Palavra de Deus nos motivem interiormente nos nossos afazeres diários e na nossa relação com s outros. O ideal seria que rezássemos tanto na vida, que se pudesse sentir a aura do Espírito. É com estes sentimentos e intenções que vamos dar início a esta celebração.

1ª Leitura: Ex 17, 8-13a:
A primeira leitura dá a entender que Deus intervém no mundo e salva o seu Povo servindo-se, muitas vezes, da acção do homem; mas, para que o homem possa ganhar as duras batalhas da existência, ele tem que contar com a ajuda e a força de Deus… Ora, essa ajuda e essa força brotam da oração, do diálogo com Deus.

2ª Leitura: 2 Tim 3, 14-4, 2:
A segunda leitura, sem se referir directamente ao tema da relação do crente com Deus, apresenta uma outra fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem: a Escritura Sagrada… Sendo a Palavra com que Deus indica aos homens o caminho da vida plena, ela deve assumir um lugar preponderante na experiência cristã.

Evangelho: Lc 18, 1-8:
O Evangelho sugere que Deus não está ausente nem fica insensível diante do sofrimento do seu Povo… Os crentes devem descobrir que Deus os ama e que tem um projecto de salvação para todos os homens; e essa descoberta só se pode fazer através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus.

Para viver durante a semana:
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “O Senhor é quem te guarda… O Senhor vela pela tua vida…”; “Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina”; “…necessidade de orar sempre sem desanimar…”. Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

XXVIII Domingo do Tempo Comum:

A liturgia deste domingo mostra-nos, com exemplos concretos, como Deus tem um projecto de salvação para oferecer a todos os homens, sem excepção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição para vencer a alienação, o sofrimento, o afastamento de Deus e dos irmãos e chegar à vida plena. Ouviremos assim hoje a história de alguns homens que souberam agradecer ao Senhor os benefícios recebidos e de outros que não foram capazes de o fazer. Abramos então o nosso coração à gratidão para que a nossa celebração de hoje seja uma acção de graças por todos os dons que o Senhor nos fez e continua a fazer a cada instante.

1ª Leitura: 2 Reis 5, 14-17:
A primeira leitura apresenta-nos a história de um leproso (o sírio Naamã). O episódio revela que só Jahwéh oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites nem excepções; ao homem resta acolher o dom de Deus, reconhecê-l’O como o único salvador e manifestar-Lhe gratidão.

2ª Leitura: 2 Tim 2, 8-13:
A segunda leitura define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição.

Evangelho: Lc 17, 11-19:
O Evangelho apresenta-nos um grupo de leprosos que se encontram com Jesus e que através de Jesus descobrem a misericórdia e o amor de Deus. Eles representam toda a humanidade, envolvida pela miséria e pelo sofrimento, sobre quem Deus derrama a sua bondade, o seu amor, a sua salvação. Também aqui se chama a atenção para a resposta do homem ao dom de Deus: todos os que experimentam a salvação que Deus oferece devem reconhecer o dom, acolhê-lo e manifestar a Deus a sua gratidão.

Para viver durante a semana:
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “Cantai ao Senhor um cântico novo”…; “A Palavra de Deus não está encadeada”…; “Se morremos com Cristo, também com Ele viveremos”...; “Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou”… Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

XXVII Domingo do Tempo Comum:

Reunimo-nos aqui mais uma vez porque Deus e Jesus Cristo têm para nós a maior importância. E queremos celebrar a fé, porque desejamos vivamente estender o Reino de Deus e o seu ideal de vida. Para isso, foi-nos dado um espírito de energia, de amor e de moderação como nos dirão os textos bíblicos.
Assim, na Liturgia da palavra que hoje nos é proposta, cruzam-se vários temas (a fé, a salvação, a radicalidade do “caminho do Reino”, etc.); mas sobressai a reflexão sobre a atitude correcta que o homem deve assumir face a Deus. As leituras convidam-nos a reconhecer, com humildade, a nossa pequenez e finitude, a comprometer-nos com o “Reino” sem cálculos nem exigências, a acolher com gratidão os dons de Deus e a entregar-nos confiantes nas suas mãos.

1ª Leitura: Hab 1, 2-3; 2, 2-4:
Na primeira leitura, o profeta Habacuc interpela Deus, convoca-o para intervir no mundo e para pôr fim à violência, à injustiça, ao pecado… Deus, em resposta, confirma a sua intenção de actuar no mundo, no sentido de destruir a morte e a opressão; mas dá a entender que só o fará quando for o momento oportuno, de acordo com o seu projecto; ao homem, resta confiar e esperar pacientemente o “tempo de Deus”.

2ª Leitura: 2 Tim 1, 6-8.13-14:
A segunda leitura convida os discípulos a renovar cada dia o seu compromisso com Jesus Cristo e com o “Reino”. De forma especial, o autor exorta os animadores cristãos a que conduzam com fortaleza, com equilíbrio e com amor as comunidades que lhes foram confiadas e a que defendam sempre a verdade do Evangelho.

Evangelho: Lc 17, 5-10:
O Evangelho convida os discípulos a aderir, com coragem e radicalidade, a esse projecto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao homem… A essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no mundo. Os discípulos, comprometidos com a construção do “Reino” devem, no entanto, ter consciência de que não agem por si próprios; eles são, apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes cumprir o seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram o que deviam fazer”.

Para viver durante a semana:
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: «Senhor, aumenta a nossa fé!»; «Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor…»; «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações»; «Exultemos de alegria no Senhor!». Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…