sábado, 2 de junho de 2007

Domingo da Santíssima Trindade:

Terminado o Tempo Pascal, com a celebração no passado domingo da Festa do Pentecostes, somos hoje convidados a debruçarmo-nos sobre o mistério central da nossa fé, o mistério da Santíssima Trindade. A Solenidade que hoje celebrámos não é um convite a decifrar a mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.

1ª Leitura: Prov 8, 22-31:
A primeira leitura sugere-nos a contemplação do Deus criador. A sua bondade e o seu amor estão inscritos e manifestam-se aos homens na beleza e na harmonia das obras criadas (Jesus Cristo é “sabedoria” de Deus e o grande revelador do amor do Pai).

2ª Leitura: Rom 5, 1-5:
A segunda leitura, convida-nos a contemplar o Deus que nos ama e que, por isso, nos “justifica”, de forma gratuita e incondicional. É através do Filho que os dons de Deus/Pai se derramam sobre nós e nos oferecem a vida em plenitude.

Evangelho: Jo 16, 12-15:
Evangelho convoca-nos, outra vez, para contemplar o amor do Pai, que se manifesta na doação e na entrega do Filho e que continua a acompanhar a nossa caminhada histórica através do Espírito. A meta final desta “história de amor” é a nossa inserção plena na comunhão com o Deus/amor, com o Deus/família, com o Deus/comunidade…

Para viver durante a semana:
Mergulhar no coração do mistério… Uma festa para celebrar a relação de Amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Um mistério imenso que ultrapassa as nossas concepções humanas e no qual somos convidados a entrar. Durante a próxima semana podemos dedicar um tempo à oração, à contemplação, para nos deixarmos mergulhar no coração deste mistério de Amor da Trindade… e um tempo para recentrar de novo as nossas vidas de baptizados: a vida, o amor, a paz, o serviço… passam livremente através de nós? Ou estamos desgarrados do conjunto?

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Domingo de Pentecostes:

O tema deste domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo. Celebramos assim hoje a festa do Pentecostes, palavra derivada do grego que significa cinquenta, 50 dias depois da Páscoa. Foi realmente neste dia que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, deu à Igreja nascente a força de continuar na terra a obra de Cristo. Esse Espírito continua a agir na Igreja que somos todos nós. Procuremos então acolhe-lo e peçamos-lhe que nos ajude a viver melhor a nossa fé.

1ª Leitura: Actos 2, 1-11:
Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une, numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.

2ª Leitura: 1 Cor 12, 3b-7.12-13:
Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

Evangelho: Jo 20, 19-23:
O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.

Para viver durante a semana:
Lá fora o mundo espera-nos… Hoje as portas abrem-se, os medos transformam-se em audácias, as línguas proclamam as maravilhas de Deus! Que porta temos nós que abrir para sairmos de nós mesmos e irmos ao encontro dos outros, na família, no trabalho, no bairro, na cidade…? Que medo, que timidez somos convidados a ultrapassar para ousar arriscar num serviço social ou eclesial que nos é solicitado? E a quem vamos nós anunciar estas maravilhas de Deus que nos fazem viver?
Este trabalho de escuta do Espírito e de procura de respostas aosŸ desafios actuais só se pode fazer em Igreja. O Pentecostes faz-nos reencontrar o sentido da Igreja… Experimentemos, esta semana, inserir-nos melhor num grupo em que o discernimento do trabalho do Espírito será possível e enriquecedor.

Domingo da Ascensão:

A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos é um grande símbolo, sugere que, no final de um caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, em comunhão com Deus. Sugere, também, que Jesus nos deixou o testemunho e que somos agora nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo. Significa que no projecto de Deus não há outro destino nem outro fim, para as pessoas, além daquele que hoje celebramos em Jesus. Ele garante que a nossa esperança não ficará defraudada, por isso, cheios de confiança e alegria, iniciemos a nossa celebração.

1ª Leitura: Actos 1, 1-11:
Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo caminho de Jesus. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante, mas têm de ir para o meio dos homens continuar o projecto de Jesus.

2ª Leitura: Ef 1, 17-23:
A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa esperança de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside nesse “corpo”.

Evangelho: Lc 24, 46-53:
O Evangelho apresenta-nos as palavras de despedida de Jesus que definem a missão dos discípulos no mundo. Faz, também, referência à alegria dos discípulos: essa alegria resulta do reconhecimento da presença no mundo do projecto salvador de Deus e resulta do facto de a ascensão de Jesus ter acrescentado à vida dos crentes um novo sentido.

Para viver durante a semana:
Testemunhas de Cristo em 2007. “Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?” A mesma palavra vem mexer com as nossas inércias e empurra-nos para fora de nós mesmos nos caminhos deste mundo. Este Messias morto e ressuscitado… vós sois suas testemunhas! Medimos o desafio e a força destas palavras? E como tomamos parte na grande rede das testemunhas de Cristo em 2007?